Petrobras rescinde patrocínio da Copa do Brasil após escândalos na CBF
A Petrobras rompeu o contrato de
patrocínio para a Copa do Brasil que tinha assinado com a empresa
Klefer Produções e Promoções, parceira da CBF, e investigada pelo FBI. O
motivo foi a falta de credibilidade do futebol brasileiro após
escândalos que envolveram a entidade, segundo o blog apurou.
Questionada, a estatal diz apenas que trata-se de um esforço para
reduzir os investimentos em patrocínio, e se concentrar em outros
esportes.
Em parceria com a Traffic, a Klefer
detém os direitos das placas de publicidade da Copa do Brasil a partir
de 2015. Foi o ex-presidente Ricardo Teixeira, em 2011, quem vendeu os
direitos à empresa que pertence ao seu amigo de Kléber Leite.
Investigação do FBI apontou que Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo
Del Nero receberam propinas para dar esses direitos da competição à
Traffic, e há a suspeita também sobre a transação com a Klefer.
Antes do escândalo, no início de 2015, a
Petrobras tinha assinado a renovação do patrocínio da Copa do Brasil.
Fechou um contrato de três anos com a Klefer para o pagamento de R$ 18,9
milhões, sendo pouco mais de R$ 6 milhões por ano. Era um novo acordo
já que a estatal patrocinava o campeonato desde 2011 por meio de
compromisso com a Traffic. Ré confessa do pagamento de propinas, a
Traffic é interveniente no novo contrato.
No acordo de 2015 a 2017, ao qual o blog
teve acesso pela Lei de Acesso à informação, há a cláusula 12a que
prevê que o acordo pode ser rompido no caso de a Klefer ou um dos seus
sócios cometer “qualquer ato que cause dano à Petrobras e/ou à BR,
inclusive no que diz respeito à imagem institucional”. Se não houver
justificativa para o rompimento, tem que ser paga rescisão do contrato.
Por meio da lei, a Petrobras disse ao
blog: “Informamos ainda que em 28/10/2015 foi assinado um distrato entre
as partes, pelo qual o patrocínio foi descontinuado para os anos
restantes, ou seja, 2016 e 2017″. Internamente, a justificativa da
estatal para o rompimento foi a perda de credibilidade do futebol
brasileiro após os escândalos de corrupção com a prisão de
ex-presidentes da CBF.
Com a rescisão, o dinheiro público deixa
de alimentar o suposto esquema de corrupção de contratos da Copa do
Brasil, revelado pelo FBI. A CBF não quis se pronunciar sobre a posição
da Petrobras. Executivos da Klefer foram procurados, mas não retornaram
ligações.
Já a Petrobras atribuiu a rescisão a
cortes nos patrocínios: “O contrato de patrocínio à Copa do Brasil foi
descontinuado a partir de 2016 como parte de um esforço de redução dos
custos com patrocínios. A Petrobras salienta ainda, no que diz respeito a
patrocínios esportivos, que procurará focar as suas ações em
modalidades olímpicas e esporte motor.”
Blog Rodrigo Mattos, UOL
Comentários
Postar um comentário