Comandante diz que PM tem obrigação de dar apoio à atividade jornalística
Coronel Araújo fez declaração em audiência com jornalistas realizada na tarde desta quarta-feira (30) no comando geral da Polícia Militar
Representantes do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grane do Norte e jornalistas de vários veículos de comunicação se reuniram na tarde desta quarta-feira (30), no comando geral da Polícia Militar. A audiência contou com a presença do comandante geral, o coronel Francisco Canindé Araújo e teve como objetivo debater os recentes casos de agressão e hostilidade por parte de policiais militares a jornalistas, em especial, o repórter fotográfico do portalnoar.com, Wellington Rocha.
O coronel Araújo disse que é obrigação da Polícia Militar dar todo o apoio necessário e garantir a segurança de profissionais da comunicação em coberturas jornalísticas. Ele reiterou ainda que que lamentava o fato ocorrido com o fotógrafo e acrescentou que conhece Wellington há mais de 10 anos e sabe da boa conduta profissional do repórter.
Segundo o coronel, os policiais são sempre orientados a trabalhar ao lado da imprensa. “Ela é nossa parceira. Em situações de conflito, a recomendação é, inclusive, trabalhar para garantir que o repórter ou fotógrafo faça seu trabalho com segurança”, afirmou o coronel Araújo.
O comandante ressaltou ainda que em todo esse ano este é um dos poucos casos registrados de agressão a jornalistas, mas que isso não tira o peso do fato. Ele lembrou ainda outro caso de agressão a um profissional da imprensa e disse que neste caso, os policiais foram identificados e foram devidamente punidos.
A diretora executiva do portalnoar.com, Ilana Albuquerque, disse que reconhece o esforço do coronel em prestar apoio aos jornalistas, mas acrescentou que o próximo passo a ser seguido é fazer com que os policiais reconheçam isso. “O que torna o fato ainda mais revoltante é que o fotógrafo estava apenas fazendo o trabalho dele”, declarou ela.
O presidente do sindicato dos jornalistas do RN disse que vai passar orientações aos veículos de comunicação para que em casos de coberturas jornalistas com grandes aglomerações, solicitar à Polícia Militar o apoio de segurança. “São orientações e vamos passar aos veículos e esperamos que isso não volte a acontecer”, concluiu.
O incidente envolvendo Wellington Rocha ocorreu no intervalo da partida de sábado, pela Série B do Brasileirão. Grupos das torcidas rivais começaram a arremessar objetos umas contra as outras e a Polícia Militar iniciou a intervenção com spray de pimenta e tiros com balas de borracha para dispersar o tumulto, enquanto o fotografo do portal, dentre outros profissionais, faziam o registro da ação.
Um dos policiais, sem identificação na farda, pediu para que o profissional parasse de fotografar. Com a negativa do fotógrafo, o militar passou a pedir a entrega da câmera. Sob uma nova negativa, os ânimos se exaltaram e acompanhado por outro integrante do GTO, abordou o repórter fotográfico e o conduziram à força para fora do estádio sob gritos, empurrões e até pontapés.
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